quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mamonas Assassinas: quantas saudades

Li na internet algo que dizia assim: “Deus vamos fazer uma troca, te damos Restart, Fiuk, Luan Santana e Justin Bieber por Mamonas Assassinas?” Achei engraçado, mas é uma expressão profunda daqueles que ficaram órfãos da musica brasileira desde a morte de Dinho e sua turma.
Os Mamonas eram uma banda colorida, mas não domesticada como o Restart, era uma banda romântica mas não melosa como o Fiuk, eram amados, mas não somente por menininhas como o Luan Santana, e eram um fenômeno, mas não passageiro como Justin Bieber.
O rock cômico de Dinho, Julio, Beto, Samuel e Sergio, não moviam uma geração de jovens, mas moviam uma época, ninguém, desde o mais novo até o mais velho, conseguia ficar parado ouvindo Brasília Amarela (Pelados em Santos). Minha vo cantava Sabão cra-cra, Jumento Celestino, Robocop Gay, ou seja Mamonas eram genéricos, eram especiais para todos os gostos.
Um dia tive o prazer de ouvir o Dinho cantando Eduardo e Mônica do Renato Russo, somente ele e o violão, se distanciando da sua comédia cantada, ele interpretava alí um dos maiores expoentes do rock brasileiro, com tamanha exatidão que então entendi alí não estava uma figura passageira, mas sim um talento grandioso que marcaria uma época.
Mas a tragédia aconteceu;
Tudo começou no dia 1º de março de 1996, uma aeronave fretada transportou esse grupo de Caxias do Sul para Piracicaba, onde chegou às 15h45. No dia 2 de março de 1996, com a mesma tripulação e sete passageiros, decolou de Piracicaba, às 07h10, com destino a Guarulhos, onde pousou às 7h36.
A tripulação permaneceu nas instalações do aeroporto, onde, às 11h02, apresentou um plano de voo para Brasília, estimando a decolagem para as 15h00. Após duas mensagens de atraso, decolaram às 16h41. O pouso em Brasília ocorreu às 17h52.
A decolagem de Brasília, de regresso a Guarulhos, ocorreu às 21h58. O voo, no nível (FL) 410, transcorreu sem anormalidades. Na descida, cruzando o FL 230, a aeronave de prefixo PT-LSD chamou o Controle São Paulo, de quem passou a receber vetoração por radar para a aproximação final do procedimento Charlie 2, ILS da pista 09R do Aeroporto de Guarulhos (SBGR).
A aeronave apresentou tendência de deriva à esquerda, o que obrigou o Controle São Paulo (APP-SP) a determinar novas proas para possibilitar a interceptação do localizador (final do procedimento). A interceptação ocorreu no bloqueio do marcador externo e fora dos parâmetros de uma aproximação estabilizada. Sem estabilizar na aproximação final, a aeronave prosseguiu até atingir um ponto desviado lateralmente para a esquerda da pista, com velocidade de 205Kt a 800 pés acima do terreno, quando arremeteu.
A arremetida foi executada em contato com a torre, tendo a aeronave informado que estava em condições visuais e em curva pela esquerda, para interceptar a perna do vento. A torre orientou a aeronave para informar ingressando na perna do vento no setor sul. A aeronave informou "setor norte".
Na perna do vento, a aeronave confirmou à Torre estar em condições visuais. Após algumas chamadas da Torre, a aeronave respondeu e foi orientada a retornar ao contato com o APP-SP para coordenação do seu tráfego com outros dois tráfegos em aproximação IFR. O PT-LSD chamou o APP-SP, o qual solicitou informar suas condições no setor. O PT-LSD confirmou estar visual no setor e solicitou "perna base alongando", sendo então orientado a manter a perna do vento, aguardando a passagem de outra aeronave em aproximação por instrumento.
No prolongamento da perna do vento, no setor Norte, às 23h16, o PT-LSD chocou-se com obstáculos a 3.300 pés (1006 metros), no ponto de coordenadas 23º25'52"S 046º35'58"W. Em consequência do impacto, a aeronave foi destruída e todos os ocupantes faleceram no local.
Quando o triste acidente tirou a vida dos Mamonas Assassinas levou junto um pedaço de cada brasileiro que amava aquela banda de coração, mas levou consigo um pedaço da musica brasileira, pois a partir daquele dia tive certeza, nunca mais o mundo conhecerá uma banda como Mamonas, e mais nunca mais esquecerá uma banda como Mamonas.
Se alguém daqui a cinquenta anos me perguntar de que tempo eu sou, eu olharei para o céu e direi sou da época em que viveu a Mamonas Assassinas.

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